Avaliação da qualidade e vigor da lavoura cafeeira, com o uso das diferentes combinações de fungicidas durante o ciclo produtivo

Abstract

O Brasil é o maior produtor mundial de café, e a cafeicultura é base da agricultura em várias regiões agrícolas, destacando-se principalmente no estado de Minas Gerais, onde a cultura tem enfrentado grandes problemas referentes às doenças que podem ocorrer tanto na fase de viveiro quanto após serem implantadas no campo, sendo esse um dos grandes fatores responsáveis pela redução da produtividade e perca da qualidade do café produzido, aumentando assim os custos de produção. Como fatores limitantes da produtividade temos o clima, a temperatura, o solo, a adubação, o manejo, variedades, controle de pragas e doenças dentre outros. Entre as doenças que mais tem causado prejuízos à cultura, destaca-se a Ferrugem, causada pelo fungo Hemileia vastatrix, a Mancha-de-Phoma, causada pelo fungo de Phoma costaricensis ssp, e a cercosporiose, também conhecida como Cercospora ou mancha-de-olho-pardo, que tem como agente causal o fungo Cercospora coffeicola. O objetivo deste trabalho foi realizar uma aplicação do fungicida com princípio ativo Boscalida e Piraclostrobina em pré-colheita em um dos tratamentos, promovendo uma assepsia da área, com o intuito de iniciar uma nova safra com menor pressão de patógenos que afetam toda produtividade, comparando com um programa completo de pulverizações, utilizando Estrubirulinas e Triazóis a partir da pós-colheita. O experimento foi implantado na fazenda Olhos D’água, no município de Romaria-MG na safra 2015/2016. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com 5 tratamentos e 5 repetições, com as pulverizações realizadas entre os meses de maio/2015 a março/2016, representados pelos tratamentos: T1 – 0.15 kg/ha - Boscalida - 500 g/kg (50% m/m) + 0,6 l/ha de Piraclostrobina - 250 g/L (25,0% m/v) em pré-colheita; 2 kg/ha de hidróxido de cobre - 691 g/kg (69,1% m/m) em pós-colheita; 0.15 kg/ha - Boscalida - 500 g/kg (50% m/m) em pré-florada; 0.15 kg/ha – Boscalida - 500 g/kg (50% m/m) + 0,6 l/ha de Piraclostrobina - 250 g/L (25,0% m/v) em pós-florada; 2 aplicações de 1,5 l/ha – Piraclostrobina - 133 g/L (13,3% m/v) + Epoxiconazol - 50 g/L (5,0% m/v) para controle de ferrugem; T2 – 2,0 l/ha de Hidróxido de cobre - 537,44 g/L (53,74% m/v) – em pós-colheita; 1 l/ha – Trifloxistrobina - 100 g/L (10 % m/v) + Tebuconazol - 200 g/L (20 % m/v) + 1 l/ha – Éster Metílico de óleo de Soja em pré e pós-colheita; 2 aplicações de 0,4 l/ha de Trifloxistrobina - 375,0 g/L (37,50 % m/v) + Ciproconazol - 160,0 g/L (16,0 % m/v), para controle de ferrugem; T3 - 2,0 l/há de Hidróxido de cobre - 537,44 g/L (53,74% m/v) – em pós-colheita; 0,4 l/ha – Azoxistrobina - 200 g/L (20% m/v) + Difeconazol - 125 g/L (12,5% m/v) + 1 l/ha – Óleo mineral - 428 g/L (42,80% m/v), em pré e pós-florada; 2 aplicações de 0,75 l/ha – Azoxistrobina - 200 g/L (20% m/v) + Ciproconazol - 80 g/L (8% m/v), para controle de ferrugem; T4 - 2,0 l/ha de Hidróxido de cobre - 537,44 g/L (53,74% m/v) – em pós-colheita; 0,75 l/ha – Iprodiona - 500 g/L (50% m/v) + Tebuconazol - 200,0 g/L (20,00% m/v) + 0,125 l/ha – Copolímero de poliéter e silicone - 1.000 g/L (100% m/v ) em pré e pós-florada; 2 aplicações de 1,2 l/ha – Azoxistrobina - 125,00 g/L (12,50 % m/v) + Flutriafol - 125,00 g/L (12,50 % m/v) para controle de ferrugem; T5 – Não foi utilizado nenhum tratamento por ser a testemunha.Em junho de 2016 foi realizada a colheita por derriça manual, posteriormente separadas as amostras para secar em terreiro de asfalto e após a secagem, foram realizadas as análises sensoriais das amostras no laboratório de classificação da Cooxupé, onde as amostragens colhidas em cada tratamento foram avaliadas pela qualidade da bebida e tamanho da peneira. A aplicação dos fungicidas pulverizados em pré-colheita, proporcionou uma melhor sanidade das plantas tratadas, que responderam com um maior enfolhamento e enchimento dos frutos, atendendo assim as expectativas do trabalho proposto.