Violência contra a mulher à luz da psicanálise: resquícios de legitimação e prazer

Abstract

A violência contra a mulher possui várias definições e está presente nas sociedades desde a Antiguidade. Esse fenômeno é multideterminado e aparece como um problema social e de saúde pública, o qual ainda prevalece nas instâncias sociais apesar do grande avanço conquistado pelo movimento feminista e pela evolução dos direitos sociais. Objetivos: Para tanto, são realizadas reflexões sócio-históricas e psicanalíticas que objetivam apontar os possíveis motivos que levam a mulher a permanecer em uma relação de violência contra tua integridade psicológica, física, moral e social, mesmo quando esta conhece a lei e recursos protetivos. Metodologia: O presente estudo se estrutura a partir de uma pesquisa qualitativa realizada por meio de uma revisão teórica, documental e bibliográfica. Resultados/Discussão: Em análise do sujeito mulher, depreende-se a partir da herança cultural, a criação de vias facilitadoras para que a mulher ocupe uma posição de subordinação e assujeitamento. Assim, a mulher é vista como produto de elaborações sociais historicamente construídas que legitimam as práticas de dominação. Outrossim, entende-se a posição da mulher como coparticipante da manutenção da situação de violência em função de sua fantasia e posição subjetiva (masoquista). Diante disso, os recursos preventivos e remediadores desse fenômeno não contemplam a complexidade das vicissitudes das pulsões. Considerações Finais: Visando ao compromisso ético, social e político, a aposta é dar voz à mulher em situação de violência através da denúncia e de espaços psicoterapêuticos de acolhimento, onde ela possa ser escutada e apoiada como sujeito responsável pela própria história e pelo seu destino.